Os tutsi estavam ligados principalmente a tarefas com a criação do gado e foram favorecidos pelos colonialistas alemães e depois pelos colonialistas Belgas. Estes últimos quando chegaram separaram mais fortemente quem pertencia a um povo e quem pertencia a a outro e incentivaram o ódio e o racismo entre eles. Enquanto os tutsis tinham acesso à educação e achegar ao poder, os hutus, que eram principalmente agricultores eram rejeitados nas escolas. Parece ser que os tutsi, formavam uma minoria que não ultrapassava os 16% dos outros povos que dominavam, assim os hutus que eram maioria na região, estavam submetidos a uma minoria tutsi que os tratava como servos. Com a descolonização, os belgas abandonaram a Ruanda e quem chegou ao poder foram os hutus e no meio de uma sociedade dividida e racista, os hutus procuraram a vingança, o que desencadeou numa grande tragédia.Houve um massivo extermínio de tutsi em Ruanda, foi um dos massacres maiores da era moderna, os hutus matavam a facões aos tutsi, pois segundo eles um tutsi não merecia o custo de uma bala. Todos denunciavam a todos. Qualquer um tomava uma faca e cobrava vingança por centos de anos de escravidão, não importando quem fosse.Perguntaram como se reconheciam depois de tantos anos de mistura entre tribos. No documento de identidade de cada um, estava escrito a qual dos dois povos pertencia: ou tutsi ou hutu. Em Ruanda a genealogia era por via paterna, por tanto nos casos de matrimônios misturados, se o pai era hutu e a mãe tutsi, a criança era considerada como hutu. Isto foi uma regra institucionalizada pelos belgas antes de abandonar o poder.As distinções foram eliminadas do cartão de identidade em 1994, após o genocídio. Não é possível distinguir os cidadãos por que não há rasgos linguísticos específicos para hutus e tutsis. Há pouca diferença genética em destaque entre hutus e tutsis.No caso da França, Bélgica e Alemanha, países com interesses na região desde o século XIX, o comportamento não foi solidário. Quando se deu o conflito, as forças internacionais chegaram a Ruanda, mas só para evacuar os cidadãos brancos e devolvê-los aos seus países de origem, com ordens de intervenção. Koffi Annan que era futuro Secretário Geral das Nações Unidas, deu ordem para se manterem a margem e depois ordenou a retirada dos soldados de capacete azul, deixando a população civil totalmente sem proteção.Provavelmente não saberemos quantos mortos houveram no genocídio também não sabemos quantas mortes foram provocadas com a vingança tutsi, apesar de ser chamado também genocídio, não chega a ser comparável ao genocídio causado pelos hutus. Estima-se que em 100 dias, exterminaram 800.000 tutsi, 300.000 deles eram menores de idade e mais de 95.000 crianças ficaram órfãs. Todas as crianças foram testemunhas deste horror, milhares delas foram vítimas da brutalidade e outros forma obrigados a participar em operações militares e a cometer atos violentos contra sua própria vontade. Mais um capítulo triste e sangrento para o livro de história da África.
(Felipe Giongo)
